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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Texto adaptado por Ana Carolina


"Te olho nos olhos
e você reclama
que te olho muito
profundamente
desculpa,
tudo que vivi foi profundamente
Eu te ensinei quem sou
e você foi me tirando os espaços entre os abraços,
guarda-me apenas uma fresta
Eu que sempre fui livre
não importava o que os outros dissessem
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclamas de mim
como se eu tivesse condições
de me inventar de novo
Desculpa se te olho profundamente,
rente a pele
a ponto de ver seus ancestrais em seus traços,
a ponto de ver a estrada muito antes dos teus passos.
Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos
Eu não vou renunciar a mim
nenhuma parte,
nenhum pedaço
do meu ser
Vibrante,
errante,
sujo,
livre,
quente
Eu quero estar viva
e permanecer te olhando
profundamente"

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